BLOG DA MARLENE

Aqui quero fazer um espaço de boa comunicação com meus amigos leitores. Seja bem vindo!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

ESTAVA ESCRITO EM MÚSICA, PROSA E VERSO...

Amanhece .........
Levanto agitada pensando no meu plano do dia.

Plano sonhado e planejado a três, com todo entusiasmo familiar.
Três irmãs que pela estrada afora seguem bem contentes, como se fossem o Chapeuzinho Vermelho, em contagem regressiva. Assim começa nossa volta ao passado. Cada uma  de nós morando em cidades diferentes, depois de quase cinquenta anos; em busca de sua história.

A viagem não me pareceu normal, enquanto o carro corria eu me sentia como uma borboleta voando a cada flor, incapaz de prever o próximo minuto.
Foi tão depressa que comparei o passado a uma colcha de retalhos, que dobrada bem guardada, nos parece distante muito embora esteja no mesmo lugar; Nosso passado também estava tão perto, e parecia tão longe......
Ali sentada na rodoviária, esperando minhas irmãs, acontece o meu reencontro emocionado. Minha comadre e minha afilhada chegam, me reconhecem e nos abraçamos felizes. Quase naquele momento também chegam minhas irmãs, e tudo vira sorrisos.
Depois desse momento jamais seremos os mesmos.
No rosto de cada uma vemos o ontem no hoje; As palavras saem de todas nós como uma avalanche. 
Como disse Roberto Carlos:" São tantas emoções!"....
A noite chega e nos dividimos, eu fico com minha comadre, elas vão  pra casa da prima. A partir desse momento, contamos casos, lembramos nossas histórias, mostramos fotos. Muitas emoções nos envolvem, e arrancam sorrisos e lágrimas.
Minha afilhada, agora uma grande mulher, uma capacitada e forte empresária, dentro dos olhos, aquele mesmo brilho da pequena-querida afilhada do passado.
Sentada naquela mesa, daquela casa tão minha também, ouço bater forte o coração e me parece ouvir ao longe os versos musicais: "Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim"...Ele, o meu primo, partiu há pouco tempo deixando um grade vazio. Não posso demonstrar a dor, minha prima ainda está se curando.
No dia seguinte, vamos reconhecer nossa cidade, aqui e ali. O coração bate forte a cada passo, e canta uma música ao contrario: "Ô..ô,ô ô ô, tudo mudou"!
Reconheço apenas, quando meus passos se aproximam da praça, e vejo as primeiras palmeiras. Ali está a Cidade das Palmeiras. Elas nos levam até a Catedral. Meu coração canta: " A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores o mesmo jardim"..... Eu entro na Igreja e agradeço, agradeço tanto... tanto....tanto, poder viver esse momento ao lado de quem tanto amo. Lágrimas correm, em busca de tudo que aqui deixei.
Hoje, de volta pra casa, acordei pensando em tudo isso, pensando em como nos mantivemos distantes, embora no amemos tanto e moremos tão perto. Parece que encontrei a resposta, olhando uma foto.   A foto do meu casamento, onde duas crianças brincam; minha irmã e minha afilhada. Naquele momento personagens, tiveram agora o papel de atores principais, programando e executando esse grande reencontro de família. Com certeza, Deus delegou a elas essa missão. 
Todos juntos, num abraço feliz, na casa de uns, na casa de outros, crianças e adultos 
em comemoração à vida, que é bonita é bonita e é  bonita...
Sinto agora bem no fundo da alma, os versos de St, Thomas Moru: 
  "Dai-me, Senhor, uma alma simples,
que saiba aproveitar tudo o que é bom
e que não se assuste quando o mal chegar,
e sim que encontre a maneira de colocar as coisas no lugar.
Para começar o Novo Ano, com o cheiro de frutas da casa da prima e flores da minha casa casa,  (do jeito como se postam nossos arranjos). Faremos então nossa árvore Genealógica, plantada no solo onde jorra o 
adubo da felicidade. 


Com o coração cheio de amor:" Família... Família .... eu te amo!"


   "Feliz Ano Novo!"...

Marlene Campos Vieira

sábado, 8 de novembro de 2014

REENCONTRO

A natureza é um espelho, e dela podemos tirar belas  lições.
Ao observar as árvores da minha rua, encanto-me com uma árvore, que de um lado da calçada, abraça a outra do outro lado. Elas se misturam tanto que nunca sabemos de quem são as flores.
Assim era a nossa vida quando ainda crianças e adolescentes.  Moramos na cidade onde nasci durante muitos anos, e lá estavam nossos poucos e queridos parentes.
Éramos como as árvores da minha rua...
Passamos dias felizes com nossos primos e primas, éramos amigos pra valer. Nos momentos mais tristes, lá estavam eles de braços e abraços aconchegantes, enxugando nossas lágrimas. Passamos por grandes perdas, e sempre tivemos o conforto e a ajuda deles.
Assim como o sol e o ar em todas as manhãs, lá estavam eles todos os dias, dizendo um bom dia!...
Eu e minha irmã ganhamos nossa primeira afilhada: nossa priminha; Um encanto de menina, linda, meiga e carinhosa.
Chegou o dia do adeus, a vida nos separou. Depois da perda do nosso pai, ainda abalados tivemos que mudar da nossa cidade. Deixamos nossos parentes-amigos e saímos com uma chaga no peito. O mundo se complicou tanto, que as distancias cresceram, e lá ficaram nossos queridos primos.
Nós partimos para os vales de Minas, com a grande tarefa de descobrir e conquistar o novo mundo, plantar raízes, frutificar... No coração as lembranças eternas, no dia a dia a correria pra sobreviver, e o tempo passando, e a saudade a doer no peito!
Depois de tanto tempo, as crianças se tornaram adultas, casaram-se. Hoje, lá e cá aconteceu o milagre da multiplicação. Só agora, depois de tantos anos, depois de grandes perdas e grandes conquistas, fomos em busca de nossos amigos irmãos.
Uma grande dama de olhos azuis, a pessoa mais humana e perfeita; nossa prima.  A primeira palavra, grande alegria e emoção ao ouvir aquela voz inconfundível, e rememorar os belos tempos. Agora estaremos fazendo planos para, em um futuro próximo, marcar um reencontro feliz.
As árvores já não estão florindo juntas, mas as flores do passado perfumarão para sempre as nossas vidas.
Velhos tempos, belos dias... 

Marlene Campos Vieira

sábado, 27 de setembro de 2014

BATE CORAÇÃO...

            
Grande inverno, a natureza registra tudo,
as folhas  caem.....caem.....
Uma a uma, as folhas caem como lágrimas, das árvores, abrindo os braços ao inverno. 
Esperando pacientemente a primavera que restaurará cada folha caída.
Aceitar o inverno que praticamente nos deixa nus,  e aparentemente indefesos, é ter fé que abraçaremos a primavera no tempo certo.
O tempo chegou, o Pequeno Príncipe Valente, combateu  o bom combate, venceu e trouxe  um coração mais forte, pronto para viver uma vida de alegrias.
Assim começa a história de vida de um guerreiro, de peito partido para receber a dádiva da vida, através de uma válvula artificial, desde os seus primeiros meses de vida.
Ele sofreu todas as dores possíveis, sem fugir à luta, estendendo os braços e o coração, para todos os procedimentos necessários.
A primavera está chegando para ele e pra todos nós. Na sua cidade, comemora-se a sua vitória, ela é a vitória de todos.
Ele se tornou uma figura popular, todos ergueram as mãos; oraram e torceram por ele. Seus colegas de escola, foram visitá-lo,  cheios de carinho e admiração, fizeram uma camisa com seu nome.
Agora: aos 11 anos, depois da sexta cirurgia, com certeza o Príncipe Valente, receberá a coroa de rei, já que: "Todo menino é um rei"
Erguendo as mãos, ao Criador, olhando as árvores revestidas, louvamos e bendizemos pela vida do nosso  Pequeno menino. Depois das batalhas do inverno,   ele chegou com a  primavera, para todos nós, trazendo novas alegrias. Agora o sorriso substitui as lágrimas, as flores ressurgem em todos os lugares,  conosco um príncipe, um rei,
 "O nosso Menino".

 Marlene Campos Vieira

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A ÁGUA E AS ROSAS

 
No dia das mães ganhei  rosas de presente, foram presente de uma amiga muito querida, eu as coloquei em uma jarra com bastante água. Hoje ao me aproximar, vi que elas estavam murchas, troquei a água e nada. Fiquei tão triste! Quisera poder revivê-las...Aquela postura reverente, cabeça baixa de quem se põe de joelhos para agradecer, transmitiu-me um sentimento diferente: a humildade  da criação divina; pensei num final feliz para elas. Queimá-las? Acho cruel, então pensei em jogá-las nas águas, seria um lindo final. Só então me lembrei das águas que passam pelo rio, no centro da cidade; Sujeira, detritos e esgotos. Me volto para as palavras bíblicas, que resumem o que é sagrado: "Eu sou a Água Viva". A importância da água é declaradamente notória, pois somos seres formados em essência, pela água. Penso então nos versos da música poética: "Se as rosas falassem", de Cartola. Como jogá-las na podridão se elas levam o perfume que roubaram de mim enquanto aqui estiveram, e eu o delas. Pode parecer banal meu raciocínio, mas,  é só meu, e sentimento não se explica. Jogar nas águas correntes, lembra muito os versos de Cecília Meireles.  Na poesia Canção, ela diz: “E o sorriso que eu te levava, desprendeu-se e caiu de mim: e só talvez ele ainda viva dentro destas águas sem fim”. Nas águas do meu rio, não vive sorriso, só tristeza, mas minhas rosas, não irão  acabar assim, elas precisam de água viva. A morte, que as autoridades decretaram  às fontes de água viva, um dia será cobrada. Vemos todos os anos, nos períodos chuvosos, cidades alagadas. Num tempo remoto, era costume, enrolar os mortos  e jogarem seus corpos nas águas, seguido de grandes rituais. Revendo o passado, tive boas lembranças dos rios, das cidades onde morei. Gostaria tanto de passá-las a meus netos, mas, meus filhos cresceram, vendo a invasão de águas, em nossa casa. Muitas vezes fomos expulsos, pela revolta do rio. Quantas lembranças se foram naquelas águas, barrentas. Mas nosso lado positivo, fala mais alto, nossa essência busca a felicidade, sendo assim, lá do fundo das minhas lembranças, chega o barulho e a deslumbrante visão das Catataratas do Iguaçu. Ali vemos o poder divino, o qual cita Jó-14, “Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como a planta nova". Ziraldo conta no livro “O menino e seu amigo”,  a história do seu avô. Ele diz: "O homem segurava a mão do menino para juntos, irem ao rio ver o tempo e o rio passar". Belas lembranças de um passado onde se podia curtir esta alegria. Como não posso mudar a minha realidade, decidi guardar minhas rosas, até secarem, depois as jogarei debaixo de uma roseira; Elas estarão em família. Eu esperarei outras rosas, até que chegue um tempo feliz, onde as águas irão levá-las ao infinito. Será um tempo novo, em que chegando à beira do rio, veremos nossa imagem lá dentro.Do fundo da alma uma declaração: "Água bendita água!"...


Marlene Campos Vieira

sábado, 12 de abril de 2014

BRAVA GENTE BRASILEIRA!

A marca do brasileiro a meu ver é realmente a bravura. Bravura de arrancar da alma a força pra sobreviver, essa é minha tradução principal e pessoal da  força dessa palavra. 
Brava gente brasileira, que após os quarenta anos precisa de um curso superior, e se arrisca a fazê-lo. Incluindo no seu percurso, todos os fatores de uma agenda de vida: família, escola e cem (100)quilômetros  diários pra se chegar à faculdade. Esse cara  sou eu, ou melhor, essa mulher sou eu, que a partir de agora falarei na primeira pessoa, pois o que vivi não posso negar. 
Eu trazia no rosto uma marca de família, um sinal no rosto, bem do lado direito, amada marca, igual a de minha mãe, que resolveu mostrar-se melhor crescendo, e que por indicação médica, teve que ser retirada. A vida era uma corrida sem fim. Não havendo como agendar médico e hospital, segui os conselhos de uma amiga e procurei um posto do SUS, cujo atendimento era feito por um dermatologista. Era o dia, 09 de novembro de 1989, dia histórico para o mundo. Enquanto minha marca era arrancada, o mundo estava em festa, com a queda do Muro de Berlim. Uma marca para sempre, uma humilhação na cara. Imagine ser atendida por alguém que não lhe dirige sequer um olhar, você ali sozinho nas mãos de um calado inimigo; Foi isso que senti, nem uma palavra, nem uma resposta à minha pergunta, uns poucos instrumentos e eu ali, cortada, doída, costurada, com pontos e pronto! Onde ficou minha marca? ela continua no mesmo lugar, no formato de uma longa lágrima. Ela é história de vida, é uma lembrança boa dos tempos de paz no mundo. Teve seu lado negativo de revolta, e marca interior de humilhação, que o brasileiro enfrenta para sobreviver. 

“Ah, a gente quer valer o nosso amor, a gente quer valer nosso suor”, canta Gonzaguinha. 

Vinte cinco anos se passaram, poderíamos esperar crescimento, progresso na saúde do brasileiro, mas o que se vê é alarmante. Estamos no grande momento, depois de tantos destroços, "eles" estão aí, de caras limpas, de rosto puro e solidário, nos horários políticos. Nas chamadas de propaganda eleitoral, uns dizem: "Vamos conversar", outros trazem a palavra: "Atenção", todos mostram o que sempre viram e nunca sofreram, nunca estiveram realmente ao lado do povo, apontam o caos e apenas prometem. Brava gente brasileira, que como eu, aproveitou suas mazelas para investir no lado bom da vida. Foi assim que passei minhas experiências para meus cinco filhos, fazendo para o meu caçula, um livro vivo de aprendizagem. Hoje, ele como médico, vê o rosto da mãe em cada paciente e procura respeitá-los, como ela gostaria de ter sido respeitada por aquele moço de branco, que a tratou como um poste e ela esqueceu seu nome. Ele, certamente nunca soube o dela. 
No meu presente, já recebi o presente; meu médico filho retirou todas as marcas, que poderiam trazer riscos para a minha saúde, com a atenção e a boa vontade que um dia me foram negadas. Muitos devem ser aqueles que possuem uma marca de família, e que lutam para que se construa um país, sem muros diferenciais de classes sociais. Minha palavra para eles: Continuem a luta, pois somos um país de bravos e felizes brasileiros.

A hora é agora "Brava Gente Brasileira"

 Marlene Campos Vieira









quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A DAMA DAS BONECAS


Quem vê aquela bela mulher, sua grande ousadia e determinação, jamais imaginará quais os caminhos percorridos para aqui chegar.  De volta ao passado, encontramos uma menina rodeada de irmãos, com pais incapazes de satisfazê-la devido à grande pobreza em que viviam.
Ela queria apenas ter uma boneca; Boneca de verdade, aquelas das vitrines das lojas, com cabelos quase verdadeiros, com olhar que fita e filtra realidade. Seu sonho é apenas sonhado em frente a cada vitrine, com um olhar de pura admiração, saindo de mãos vazias, dias após dias, Natal após Natal.
Tanto tempo se passou, mas sua mente abrigava uma linda boneca , com a qual se deitava abraçada e acordava de mãos vazias. Seus pais resolveram satisfazê-la antes que sua infância acabasse e, à noitinha de um dia de Natal entregaram presentes para todos os filhos. Ela ansiosa abriu seu embrulho, vendo uma boneca sorrindo para ela. Trêmula de emoção, aperta o seu presente bem perto do coração. Nesse momento ela vê outra realidade: aqueles cabelos se soltam numa pequena camada, e tudo se transforma. Olhando para o chão com um vazio de decepção, ao descobrir que sua sonhada boneca era apenas uma pobre imitação, que a um toque se desfez.  O tempo se passou e como uma pessoa assinalada para vencer,  ela guardou seus sonhos e batalhou sua realidade. Plantou boas sementes por onde passou e hoje colhe duplamente tudo que plantou. Esta é a história da "Dama das Bonecas", sua satisfação maior, é alegrar as crianças dando bonecas de presente. Ela continua pousando um olhar infantil sobre as bonecas das vitrines mas, agora sua meta é dar aos outros a alegria que não teve. Uma alegria que é bem maior, condensada na felicidade de tantos risos infantis.  Nessa época ela sai pelos caminhos distribuindo a sua felicidade, plantando a flor do bem.
Ano após ano, vai deixando perfumes nos lugares que pisou e reencontrando-os em um tumulto de alegrias e sorrisos. Mulher assinalada, ela também é generosa com aqueles que precisam de auxílio, suas mãos são acolhedoras. Hoje sendo uma grande empreendedora, sua vida é de muita prosperidade, suas alegrias se multiplicam e cada vez mais ela avança, sabendo qual a sua missão nessa terra. Quantas damas do bem existem pelo mundo, quase anônimas como ela. Quantos seres humanos transformaram suas frustrações em pura felicidade,  para si e para a humanidade. Agora e sempre é tempo de plantar, fazer brotar dentro de nós a semente do bem, levar perfume a cada irmão. Tudo o que um Homem humilde ensinou quando seus santos pés pisaram nesta terra. Sempre será tempo de Paz, quando a alegria do outro também é minha.
 
"Feliz Vida"!.....
 
Marlene Campos