BLOG DA MARLENE

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Animais Salvam Vidas

Os animais sempre foram ‘mais’ em minha vida. Um deles foi meu primeiro amigo sincero; um gato, alegre, elegante, fiel. Já adulta, recém-casada lá pelos idos dos anos 60, curtindo solidão ‘a dois’ veio o carinho da cachorrinha da vizinha. Depois que conheci a ternura dos animais, nunca mais tive solidão; os cães passaram a preencher lacunas da minha vida e daí, começaram a participar da minha história. Foi assim com meus cinco filhos; conheceram cães que tiveram luz própria. O engraçado é que até a identidade desses cães era misteriosa, até o nome deles tinham que ser mudados conforme a personalidade. “ Sheik” virava “Lalau”, “Tarugo” se transformava em “Rex” e “Pitica” se tornava “Baby”.

Estes animais hoje vivem apenas na memória pois não tiramos fotografias deles. A natureza é mesmo prodigiosa. O mesmo animal que pode matar, também pode trazer a cura, como o soro antiofídico, que é feito a base do próprio veneno. Lembro-me que meu filho mais novo foi atacado por uma cobra venenosa quando tinha apenas um ano e meio de idade, em um passeio na fazenda. Este fato mudou radicalmente nossas vidas. Imobilizado para tomar o soro antiofídico, meu menino quase perdeu a referência de confiança nos pais.

Aqueles que deveriam defendê-lo estavam alí, indefesos e temerosos, assistindo seu sacrifício e torcendo por sua sobrevivência, sem poder atender o seu apelo de socorro, refletidos nos seus assustados olhos infantis. A conseqüência deste acontecimento na vida do meu filho foram algumas seqüelas em sua saúde que foram aplacadas somente pela companhia de um amigo pastor alemão, que foi levado até ele ainda em sua convalescência.

A amizade nasceu esfregando o focinho no rosto do menino. Nasceu daí a ligação que curou aquela criança, restabelecendo a sua confiança na vida. Depois o menino foi para o mundo estudar, se tornou médico, casou-se e com uma bela moça que também ama os animais. Juntos, formam uma bela família, que alterna choro de criança e latidos de cães. Quer coisa mais familiar que isso? Parafraseando os Titãs: “ Família, família, cachorro, gato, galinha....e coelho, papagaio.”

O carinho que eles sentem pelos animais estão passando hoje para a pequena Alice. Meus outros netos também curtem seus animais. Laila e Gabriel tem o cãozinho “Luar”, tem o incrível gato que engravidou ( isso já é outra história) e também o coelho Arthurzinho. E eu sou a vovó que os ensinou a amar e respeitar os animais. Não me esqueço o quanto devo a estas incríveis criaturas de Deus que salvam vidas e resgatam profundamente almas destroçadas. Sempre vou a janela do meu apartamento, no primeiro andar, e dela, jogo todos os ossinhos e petiscos para os cães da rua.

À noite, ouço o barulho dos meus amigos desconhecidos disputando as delícias. Ah se fosse possível reunir todos os cães no primeiro andar e fazer uma bela festa só para mostrar a gratidão que tenho no meu coração de mãe e avó. Animais salvam vidas.

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Carecas

"Imaginem viver por um fio! É uma realidade, muitos homens vivem assim nas mais variadas profissões de risco. Mas hoje eu vou falar daqueles que não tem nenhum fio para se arriscar, os carecas. E enquanto falo deles, nossas indústrias de cosméticos se envolvem com unhas e dentes em defesa de todos os fios, seria um desastre para elas se so existissem carecas. Olhando analiticamente, descobrimos que o importante da cabeça é o que está em seu interior. Quanto à aparência, acho especialmente significativos os carecas. Dos jovens aos idosos, ninguém precisa de cabelo para brilhar.

Os carecas são elegantes, tem (literalmente) brilho próprio, são charmosos e tem presença forte em qualquer lugar. Agora, o time dos carecas volta a contar com um aliado forte, o Ronaldo fenômeno, agora muito mais fenomenal, voltou a raspar os cabelos. E tem mais, os carecas já foram cabeludos e então, puderam viver intensamente as duas fases.

Por outro lado, observando nossa história, deparamos com cabeludos brilhantes, como Albert Einstein que deixaram sua marca na história mas, apesar da sua inteligência, sua figura não me inspira nenhuma atração. Os admiradores do cabelo podem se contentar por se apaixonar por uma peruca. Eu acho meio sem sentido gostar tanto de cabelo. Para quem tem facilidade, eles nascem como capim e em todas as partes do corpo, não apenas no couro cabeludo: ouvidos, nariz, queixo, fora aquelas partes menos expostas.

Imaginem a praticidade da vida sem fios: nada de produtos caros, nada de cremes, massagem capilares, shampoos e condicionadores. Os banhos devem ser muito mais tranqüilos e despreocupantes, cabeça rapidamente seca e com aquele brilho peculiar. Os carecas são elegantes e (geralmente) perfumados, transmitem limpeza, são “clean”. Enfim, não posso negar a minha admiração pelos descabelados ( isso quer dizer sem cabelos, ok?) até porque tenho um na minha vida, não é a toa que sou uma admiradora da calvície acentuada.

O livro de histórias que escrevi começa com a história do “menino do cabelo em pé”, cujo visual mexe com sua vida. Para aqueles que não aceitam a careca, os fios (ou a falta deles) também mexem com as suas vidas e fazem muita diferença. Vale a pena olhar-se no espelho e, ao se ver, se amar e se valorizar. Por isso é que digo que quem vê um careca sempre vale a pena ver de novo. Há algo especial nestes belos fenômenos."

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Padre Paraíso

Que barulhão! Que fartura! A entrada da cidade de cima a baixo, verdura, frutas e legumes por todo lado. Cada vendedor oferece mais alto, com preço variado.

Pedrinho ouve: “olha o abacato, bão pra dana”, ele já se acostumou com o jeito maneiro de falar, escreve e sabe, porém um abacate tão grande tem que ser macho, “abacato”. Isso ele nem quer saber, está à procura daquelas chupetas caseiras que só na feira se pode comprar. Esta não é qualquer feira, é considerada uma das maiores do Vale do Jequitinhonha.

Ele avista lá longe a sua preferida, feita com mel de abelhas, comprou e pé no caminho.O  tumulto é grande nesse sábado antes do feriadão, é gente demais e carro por todo lado.

Enfim, Pedrinho chega em casa, é pertinho da cidade, na zona rural, o povo diz que ele mora na roça. E é verdade, ali o ar é mais puro, a horta cheia de verduras e as árvores, carregadas de frutas. Só não tem pé de chupetas, por isso, ele foi comprar na feira. Pedrinho está muito ansioso, seus primos vão chegar para passar o feriado com ele. Eles moram em São Paulo, seu tio era garimpeiro, arranjou bom emprego e foi pra capital.

Sua mãe atenta preparava a casa para receber as visitas, era uma casa pobre, nem tinha cama, todos dormiam em colchões espalhados pelo quarto. Ele vivia com sua mãe, seu pai fora embora há algum tempo. Mesmo sem conforto, Pedrinho era feliz e fazia seus próprios brinquedos. A maioria do tempo passava nos túneis com os garimpeiros da região, onde havia gente boa e pedras preciosas.

Agora ele precisava guardar num lugar seguro, até a outra semana. Olhou a prateleira, viu um panelão, subiu na cadeira e escondeu-as lá dentro.

Ficara contando os dias, oba! Amanhã, mamãe grita não, depois de amanhã eles chegarão. Pedrinho lembra das chupetas, sobe na cadeira e retira o embrulho. Quando retira o papel, fica horrorizado, suas chupetas dentro da sacola plástica, estavam cheias de buracos. O menino abre o plástico e vê as formigas entrando e saindo dos túneis que fizeram nas chupetas. Saiu enfurecido, e agora? não tinha mais nenhuma surpresa para os primos. Com raiva, pensou em matar aquelas bruacas.

Foi andando e pensando: “matar é errado, mamãe disse que Deus é dono da vida”. Pensando bem, deve ter sido difícil fazer uns olhinhos tão pequenos, uns ferrões poderosos, que arrasaram minhas chupetas.

Ele estava nesse pensamento, que nem viu seu amigo garimpeiro João, se aproximar. Pedrinho conta a ele o motivo de sua distração, João olha, examina e diz: Pedrinho, essas são as trabalhadoras que preciso, sabem fazer túneis, vamos trocar, eu lhe dou esse cascalho e você me dá as formigas.

João disse que acabara de retirar aquela pedra que só servia de enfeite. Pedrinho aceitou, se despediu e se foi. O garimpeiro ficou olhando o menino se afastar, pensando como conseguira inventar uma desculpa para acalmá-lo. Chegando em casa, conta tudo a sua mãe, que lhe diz, ponha a pedra para escorar a porta, vamos chama-la de Formiga.

Pedrinho como todo menino, logo se esquece da raiva e renova o coração. Agora era hora de fazer boizinhos de São Caetano e carrinho de bambu para os primos, mãos a obra!

A noite chegou, barulho de carro, lá vem titio, “êta alegria”, presentes, abraços e gritaria. Colchões por todos os lados e cheirinho de carne de sol com farofa, “ê trem bão!” – diz seu tio, conversaram, fizeram algazarra e pronto, sono total.

De manhã, titio sai pra cidade, lá ficam os meninos brincando. O dia passa e pela noite titio chega, com muitas compras, até refrigerante dentro de uma caixa de isopor para ficar gelado.

Meninos sobre as árvores, meninos pé na estrada, na correria, atrás da cachorrada, dias felizes, porém, no dia seguinte, eles iriam embora, Pedrinho nem queria lembrar disso.

“Hora de almoçar, cheirinho de torresmo e arroz com pequi, ô trem bão” – repete o titio.

De repente, sem quê nem porquê, sopra um vento forte, as janelas e as portas batem e então mamãe diz: Pedrinho, põe formiga pra escorar a porta. Todos olham, quando o menino pega aquele cascalho e encosta na porta, seu tio observa com curiosidade, então Pedrinho conta a história das chupetas, que deram o nome àquela pedra.

Seu tio se levanta e examina a pedra – ele fora garimpeiro muitos anos, leva-a até a bica d’água no quintal, todos calados observam.

Pedrinho vê o rosto de seu tio mudar, ele pega uma faca e bate aqui e ali, pedaços do cascalho caem e aparece um brilho lá dentro.

“Oh!” todos dizem, olhando uma pequena pedra azul que surgira, titio solenemente diz: “Essa é uma água marinha das mais limpas que já vi, vocês estão milionários”. Foi assim que Formiga e aquelas formigas presentearam Pedrinho, por ter-lhes poupado a vida, retribuíram com um tesouro, todos ficaram extasiados. Fizeram as malas e trouxas, deram a casa ao João garimpeiro e uma parte do dinheiro. Pedrinho entra no carro e partindo pra capital, onde terá cama para dormir, casa para morar e mais que tudo, escola para estudar até virar doutor.

O carro passa pela cidade, ele levanta a cabeça e vê montanhas e pedras grandes, cercando a cidade. Observando aquela paisagem ele pensa: “A cidade de Padre Paraíso parece estar dentro de um vale, cercada por todos os lados. Sim, cercada de preciosidades, tesouros, pedras preciosas, que bondade de Deus para o seu povo!”.

Assim, foi abanando a mão, lágrimas nos olhos, as mãos de sua mãe apertadas, dizendo “até breve, cidade que eu amo, voltarei claro, para comprar chupetas”, olhou pra mamãe e ambos riram muito! 

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Boas Vindas!

OLá meus amigos queridos!

Agora temos um canal direto de comunicação, com o BLOG DA MARLENE,  para estarmos mais próximos, comungando as boas coisas da vida. A partir de agora, postarei muitas coisas novas, contos deliciosos, prosas ricas e poemas marcantes para todos nós sermos mais felizes. Este espaço também é seu!