BLOG DA MARLENE

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sábado, 8 de novembro de 2014

REENCONTRO

A natureza é um espelho, e dela podemos tirar belas  lições.
Ao observar as árvores da minha rua, encanto-me com uma árvore, que de um lado da calçada, abraça a outra do outro lado. Elas se misturam tanto que nunca sabemos de quem são as flores.
Assim era a nossa vida quando ainda crianças e adolescentes.  Moramos na cidade onde nasci durante muitos anos, e lá estavam nossos poucos e queridos parentes.
Éramos como as árvores da minha rua...
Passamos dias felizes com nossos primos e primas, éramos amigos pra valer. Nos momentos mais tristes, lá estavam eles de braços e abraços aconchegantes, enxugando nossas lágrimas. Passamos por grandes perdas, e sempre tivemos o conforto e a ajuda deles.
Assim como o sol e o ar em todas as manhãs, lá estavam eles todos os dias, dizendo um bom dia!...
Eu e minha irmã ganhamos nossa primeira afilhada: nossa priminha; Um encanto de menina, linda, meiga e carinhosa.
Chegou o dia do adeus, a vida nos separou. Depois da perda do nosso pai, ainda abalados tivemos que mudar da nossa cidade. Deixamos nossos parentes-amigos e saímos com uma chaga no peito. O mundo se complicou tanto, que as distancias cresceram, e lá ficaram nossos queridos primos.
Nós partimos para os vales de Minas, com a grande tarefa de descobrir e conquistar o novo mundo, plantar raízes, frutificar... No coração as lembranças eternas, no dia a dia a correria pra sobreviver, e o tempo passando, e a saudade a doer no peito!
Depois de tanto tempo, as crianças se tornaram adultas, casaram-se. Hoje, lá e cá aconteceu o milagre da multiplicação. Só agora, depois de tantos anos, depois de grandes perdas e grandes conquistas, fomos em busca de nossos amigos irmãos.
Uma grande dama de olhos azuis, a pessoa mais humana e perfeita; nossa prima.  A primeira palavra, grande alegria e emoção ao ouvir aquela voz inconfundível, e rememorar os belos tempos. Agora estaremos fazendo planos para, em um futuro próximo, marcar um reencontro feliz.
As árvores já não estão florindo juntas, mas as flores do passado perfumarão para sempre as nossas vidas.
Velhos tempos, belos dias... 

Marlene Campos Vieira