BLOG DA MARLENE

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segunda-feira, 18 de abril de 2016

AS ÀGUAS E SUAS E SUAS MEMÓRIAS

Todos nós escrevemos nossas histórias, que podem conter páginas parecidas, mas não iguais. Vejo hoje muitas páginas de histórias alheias; muito parecidas com a minha, principalmente nesses tempos chuvosos.
Morei na casa que eu gostava, ali vi meus filhos crescerem, escrevemos nossa história naquele dia a dia.
A casa era recuada para dar lugar a um extenso jardim, que caberia também outra casa em sua imensidão.
Nas férias, recebíamos parentes e amigos, lindas fotos eram registradas entre as flores dos canteiros.
Para todo mundo sempre existe uma primeira vez,eu também, como não poderia deixar de ser, vivenciei um acontecimento inédito que se repetiu outras vezes. Quando me lembro desse fato, sempre me vem  o som de Tom Jobim nas Águas de Março: "É o mistério profundo, é o queira ou não queira. É o vento..." toda essa sintonia despertou-me para a minha realidade.
Foi assim, nesse mistério profundo que as águas chegaram e invadiram a casa e ainda tentaram o jardim. Muita trabalheira e perda de memórias, quantas lembranças se foram nas águas!...
Muitos anos se passaram e a história sempre se repetindo. No dia seguinte era a luta para  realizar limpezas, e concertos. Algumas vezes tínhamos de abandonar a casa e esperar o tempo melhorar.
Jamais pensamos em mudar, ao contrário, queríamos mudar o destino do rio. Depois de muitos anos, os filhos crescidos, levantamos um alto muro, cercando todos os lados e fundos da casa. Ficamos na certeza que seria o fim das enchentes. Cessaram assim nossos temores. A alegria do sono tranquilo, a paz. Foi então que um estrondo se fez ouvir e as águas violentas invadiram novamente nossa  casa. Elas haviam estourado o muro, e entraram pela janela.
Foi um episódio marcante, pois deixamos de nos resguardar e tivemos grandes perdas. Nem assim tivemos a maturidade de pensar com coerência e racionalizar nossa história. Lendo o Salmo 90, 12, encontro claramente as palavras que deveríamos praticar naqueles tempos: "Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos um coração sábio."
Sabedoria é a chave. É nela que se encontra o raciocínio lógico, afinal quem veio primeiro: o rio ou nós? Podemos ouvir a pergunta do rio nas palavras do livro do Padre Fábio de Melo: "Quem me Roubou de Mim?". Nós roubamos o espaço dele.
Quando nossa casa está cheia de visitas, precisamos procurar novos lugares, os rios também. Quando as águas se avolumam elas procuram seus antigos lugares, não para nos prejudicar, mas por necessidade.
Se eu pudesse voltar no passado, não seria uma pedra no caminho do rio, mas procuraria buscar outras alternativas.
Quem sabe construir a nossa casa no lugar do jardim, assim ela ficaria nivelada às demais casa da rua.
Jair Rodrigues canta: "Abre o peito coragem irmão...Faz do amor sua imagem irmão..... Irmão é preciso Coragem".
Precisamos criar soluções para convivermos em paz com a natureza, afinal o mundo foi criado antes do homem e para o homem.
A natureza é nossa amiga, não viveríamos sem ela, precisamos da bandeira branca da paz.
Dias de chuva, céu escuro, fico imaginando: a lua está descansando, as estrelas tiraram férias  e o sol está caindo de sono.
A beleza da chuva que cai deve prevalecer, sem ela não há vida. Cabe ao homem desenvolvido, buscar seu espaço e assim viver em harmonia
com a natureza.



Marlene Campos Vieira----Escritora e educadora. Membro titular da Academia de Letras de Teófilo Otoni.

PELOS PRADOS VERDEJANTES

Amanhece, lá se vai voando estrada afora, aquele valente cavalo.
Mais valente ainda é aquele que com nome de anjo, cavalga como se voasse.
Anjos existem e sabem voar, homens são anjos quando também voam em suas cavalgadas.
Respirar o horizonte, percorrer estradas sem fim, liberdade não tem preço. O som da viola paira no ar.
São assim privilegiados aqueles que entendem a bela linguagem das cavalgadas.
Miguel como qualquer anjo só vê o lado positivo da vida. O seu anoitecer já antecipa o amanhecer e ele com seu violão repete Renato Russo: "Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei..."
Esse sol sem fronteiras, esse brilho que se estende céu afora, abre as portas para se escrever nova história. 
As cavalgadas são marcantes em nossa Minas Gerais, quantos preservam seus costumes como uma grande relíquia. Crianças já nascem olhando os montes e montanhas esperando que apareçam os homens voadores em suas montarias.
Até os sons noturnos são transformados em canções nas rotas das cavalgadas. O violão parece o coração daquele que solta a voz. A vida é feita desses retalhos que juntos fazem um belo tecido: a história de cada ser. Muitos receberam como Miguel um carimbo que para sempre marcaram suas vidas. Emoções são tantas, que ao ritmo das patas dos cavalos, bate fundo no coração.
Miguel e seu talento, tem muito chão pela frente, descobriu bem cedo o que almeja da vida. Lá nos prados de Minas, onde passam fontes e riachos, bicas e cachoeiras, onde viver e voar é também cavalgar. 
Aí está o seu destino, a sua emoção que faz a beleza da vida. Ver o dia amanhecer, ver o sol se por no entardecer, ver o céu se cobrir de estrelas e o som da viola no ar.
Isso é viver para muitos seres humanos que, receberam de presente o dom de abraçar a liberdade e a grandeza da vida.
Quem toma posse da beleza que Deus nos deu, voará como pássaros nas campinas.

Marlene Campos Vieira----Escritora e educadora. Membro titular da Academia de Letras de Teófilo Otoni.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

NA ROTA DAS PEDRAS PRECIOSAS

Teófilo Otoni, também denominada Capital das Pedras Preciosas, tem a possibilidade e o desempenho de abrir o caminho que leve a um roteiro  turístico, capaz de beneficiar  e divulgar toda a estrutura de gemas da cidade  e região. Estamos em momento de crise, sofremos isso no nosso dia a dia. Eis algumas reflexões de Albert Einstein sobre crise:
"Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo". 
"A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque   a crise traz progressos".
"A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura".
"É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes       estratégias"
"É na crise que se aflora o melhor de cada um". 
"Acabemos de uma vez com uma única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la."
Na Capital das Pedras Preciosas, há uma longa caminhada a percorrer para que seu brilho se desnude, para que definitivamente se mostre como líder no roteiro turístico das preciosidades. Quando viajamos para diversas regiões em rota turística, abrimos espaço para a diversão e o conhecimento, e compramos sempre lembranças por onde passamos.  Podemos imaginar e fazer de nossa cidade uma verdadeira "Capital das Pedras Preciosas", basta querermos POIS é na crise que se aflora o melhor de cada um.
Imaginem: entrar numa cidade com as colinas decoradas com pedras preciosas, muitos ônibus turísticos, hotéis repletos, guias turísticos levando os visitantes aos estandes de pedras pela cidade... O turista poderá conhecer as cidades das redondezas e suas histórias como Catuji, Padre Paraíso e outras.
Quanta informação ao vivo e a cores; conhecer uma lavra, uma catra, um túnel, saber histórias dos anões místicos que se contam nas lavras como O Izone.
Ainda nesse roteiro temos outras riquezas a oferecer: as belas flores da Laginha, as comidas típicas das localidades, as famosas feiras de artesanatos e muito mais.
O dólar está altíssimo, porém isso é favorável para  o comércio de pedras preciosas. Com certeza a hora é agora e todos serão beneficiados.  Haverá um "Menino de Dedo Verde" como escreve Maurice Druon, ou quem sabe, de Dedo Brilhante que transformará esse projeto em realidade, que não será um menino, mas um homem iluminado.
Soando em meus ouvidos uma melodia de Almir Sater que diz tudo:"Cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz".  Nesse dom de ser capaz de ser feliz habita a concretização de nossos projetos.  O momento é propício, a Capital das Pedras Preciosas mostrará o seu potencial. O sonho persiste e em seu bojo o desejo de em breve termos o turismo presente em nossas rotas. O desafio está lançado, só o tempo dirá da sua concretude, quem viver verá!......São sonhos que se tornarão realidades!     

Marlene Campos Vieira - Escritora e educadora- Membro titular da Academia de Letras de Teófilo Otoni.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

FELIZ LIVRO NOVO

Quando 2015 começou, ele era todo seu.
   Foi colocado em suas mãos...
   Você podia fazer dele o que quisesse...
   Era como um livro em branco, e nele você podia colocar:
um poema, um pesadelo, uma blasfêmia, uma oração.
   Podia...
   Hoje não pode mais; já não é seu.
   É um livro já escrito... Concluído.
   Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes, e você não poderá corrigi-lo. Estará fora do seu alcance.
   Portanto, antes que 2015 termine, reflita, tome seu velho livro e o folheie com cuidado.
   Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo.
   Leia tudo...
   Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo.
   Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não tente arrancá-las. Seria inútil. Já estão escritas. Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue. Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu, e evitar repetir as ruins.
   Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para preencher, toda a imensa superfície do seu mundo.
   Se tiver vontade de beijar, seu velho livro, beije-o.
   Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele...
   Não importa como esteja...
   Ainda que tenha páginas negras, entregue e diga apenas duas palavras: OBRIGADO e PERDÃO!!
   E, quando 2016 chegar, lhe será entregue outro livro, novo, limpo, branco todo seu, no qual você  irá escrever o que desejar...
                                                                  FELIZ LIVRO NOVO!!

"Autor desconhecido"
Achei esse texto lindo e muito providencial. 2016 já chegou, vamos colocar esses ensinamentos em prática!
Marlene Campos Vieira