Lá
se vai uma vovó e seus dois netinhos numa viagem de passeio. Seiscentos
quilômetros os aguardam até chegar ao destino. Samuel tem dez anos, Heitor
oito. Vão comemorar o aniversário do tio e da prima que tanto amam. Bem cedo lá
se vai o carro estrada afora. Olhando o céu, vovó vê uma nuvem gota que logo se
transforma em chuva fina. O carro corre e foge dela. O céu clareia, o sol se
põe. Heitor olha e grita: vejam! A nuvem chuva virou um peixe espada! Samuel
observa e acrescenta: olha! Ela rodou, rodou e virou um golfinho! Vovó descobre
em pouco tempo uma baleia de nuvens. O céu está simplesmente um mar com tanto
barquinho a navegar. Vovó pensa: estamos lá ou cá? Assim a viagem continua. Ninguém
vê o tempo passar. Os peixes se renovam e a nuvem chuva aparece escura lá no
cantinho, crescendo devagar. Heitor vê umas gotinhas e diz que é a mulher
invisível regando as plantas. Então param pra almoçar, cochilam e acordam de
volta a terra. Observam carros e mais carros que circulam. Vovó propõe uma
aposta de cores de carros. Samuel dá a partida com a cor prata, Heitor aposta
no preto, vovó escolhe o azul. A torcida é grande. Samuel dispara e ganha de
goleada ou carreada. Assim, de volta ao céu, Samuel aponta algo. Ninguém entende.
Todos olham. Ele aponta de novo e grita: um arco íris!...Que lindo milagre! Um
pequeno e colorido arco íris de frente pra nós! A nuvem chuva virara um
presente colorido pra fazer a festa daquela galera. Assim eles percorreram o
céu, o mar e já estavam em terra firme. Foi um passeio inesquecível, brincando
com as nuvens. Chegamos ao destino, preparados para a verdadeira festa pelas
surpresas do céu, terra e mar. A natureza é a majestade infinita que desperta o
coração sensível para o invisível das multidões.
Marlene Vieira
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