BLOG DA MARLENE

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quinta-feira, 9 de maio de 2013

UMA MAMÃE MUITO MOLECA


No domingo eu aguardava o início das celebrações religiosas, enquanto isso um técnico testava o som. Ele repetia: som, a, a, a ....mexia dava uma volta e repetia o mesmo refrão. Isso aconteceu várias vezes até que sem programar, cutuquei uma pessoa sentada ao meu lado e disse baixinho: quando será que ele aprenderá o alfabeto? Ela olhou pra mim e sorriu. 
Neste momento  me vem à lembrança, minha mãe, uma pessoa criativa e bem humorada. Ela deixou uma herança genética inesgotável,  filhos netos e bisnetos, todos receberam uma dosagem. Além disso, era um gênio, fabulosa, fazia pratos deliciosos, sem deixar rastros, tudo limpo em pouco tempo.
As suas visitas eram uma festa, pois   ajudava cada filho  na criação dos netos, eram tantas as brincadeiras, que todos viravam moleques. Festa mesmo, eram as viagens que ela fazia conosco, amante das flores, era preciso parar o carro para pegar mudas das flores que ela via ao lado das estradas, além disso via pássaros exóticos, que apontava com gritos. Sua planta favorita, na época era o Lampião,  conhecidos hoje como hibiscos, os tinha de todas as cores e formatos. Muitas vezes era flagrada nos jardins pegando mudas e sempre dizia: "muda roubada é que pega". 

Ela adorava uma pegadinha, às vezes chegava de viagem, rodeava a casa e ficava no quintal, era descoberta  com uma festa total. Lembro-me de quando ela me acompanhava  ao hospital para dar a luz a meus filhos. A cada contração eu gemia e ela ria , ria  sem controle, eu ficava nervosa mas ela dizia que não aguentava segurar. 
Ela teve seis filhos e inventou  todos os nomes com a mesma letra, começando com "ma" de mar, que ela amava tanto. Um dia, ficou revoltada por chegar na escola e encontrar seu filho com o apelido de prateleira, logo ele, cujo nome fora inventado no capricho: Mardileno. 
Ela era  de fazer sorrir e amar, só sabíamos de suas dores pelos longos gemidos que soltava involuntariamente. Viveu , viajou e conheceu o mar que tanto amava, deixou lembranças por onde passou e como homenagem um bisneta com seu nome: "NAIR". 
Com certeza ela foi mais que o "Descobridor dos sete mares" de Tim Maia. 
Ela desbravou muitas milhas, ignorou as fraquezas humanas para manter a paz familiar, teve seus netos adolescentes como cuidadores nos momentos difíceis, e ainda assim, tudo era motivo de molecagem. 
Sempre que encontro a sua planta favorita, passo as mãos dentro dela e envio um sorriso para ela, digo algo bem baixinho: Te Amo , Saudades.
São tantos casos, tantas emoções....
Ela está lá fazendo cosquinhas nos anjos, mamãe, mamãe......

9 comentários:

  1. Vó Nair, eu aproveitei tanto que nem tenho saudade dela! rsrs brincadeira, eu sinto que era o neto que ela mais gostava, depois de Li, de Sá, de Gera, de Tião, de todos. E todos amam muito ela! Engraçado é que parece que ela se foi ontem...

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    1. Vc Olinto foi um ótimo o primeiro neto e um dos bons companheiros da vó, foi um excelente cuidador e cuidado pois, viveu um bom tempo com ela.
      Parabéns pela felicidade de ter esse passado tão presente.

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  2. É de sorrir e chorar, simplesmente, lindo! Gosto de ler textos onde posso sentir as palavras e gosto de pessoas alegres e encantadoras como D. Nair. Desde já, feliz dia das mães!

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    1. Agradeço mt, gostaria de apresentá-la a vc mas, essa já é a apresentaçõa.
      Bjs

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  3. Só não me entristeço porque ela nunca foi adepta à tristeza, o lema dela era a esperança e a alegria de viver. Nossa mãe Deixou saudades e boas lembranças. Com certeza está feliz onde está agora!

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    1. Penso como vc Margareth, ela estará feliz onde estiver e sempre presente em nós.

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  4. Que texto lindo!!!Vc escreve muito bem.Parabéns!Ana Maria (amiga da Margareth)

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    1. Que bom que vc gostou!..
      Fui a escrevedora da mãe, ela não sabia ler mas, me tornou a sua escrevente, ditava tudo e se fazia ouvir. Era uma mulher espetacular.
      Beijos

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